“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

segunda-feira, 16 de abril de 2012

5º dia Santa Fé - Córdoba > 348 km

Acordamos meio perdidos pela mudança do fuso horário, ganhamos uma hora de sono pois na Argentina é uma hora a menos do que no brasil, descemos para tomar nosso primeiro " desayuno ", que é meio diferente do nosso café da manhã daqui, pão só de forma, suco de laranja, café preto, que por sinal é ruim, tem um gosto misto de café com chá mate, " medias lunas"  que são massa folhada doce e salgada que se come com geleia ou doce de leite ou manteiga, subimos arrumamos as coisas, era por volta das 08:30 hs estávamos de saída, arruma as malas nas motos, dá uma lubrificada geral, e pé na estrada.

 Paramos para abastecer em um posto perto do hotel, e o frentista gente boa motoqueiro também puxou papo, perguntando de onde éramos e sobre a moto, para onde iriamos, nos deu um incentivo legal, desejando " Suerte"  como de costume eles se despedem, e lá estávamos nós, seguindo o GPS que nos levava até um acesso para a RN 19, eis que chegando na alça de acesso tinha policiais bloqueando a passagem, estavam acabando de fechar a pista, ai sem saber o que fazer pois o gps só indicava este caminho, fomos lá e tentei perguntar ao policial, que também estava de moto, como fazer para ir a Córdoba, e ele não entendeu nada do meu portunhol, sem mais começou a rir e se virou para o Duda, que também perguntou como fazer para sair dali,  ai ele começou a indicar uma direção que não levou a lugar nenhum. Começamos a rodar pelas redondezas do local, afim de achar um outro ponto de acesso a rodovia e acabamos entrando numas " quebradas", acabou o asfalto, começou a ficar um lugar meio esquisito, ai vímos que teríamos que voltar. Paramos em frente de uma empresa e comecei a mexer no GPS, afinal de contas ele tava ali para nos orientar, comecei dar um "zoom out" e se pudia ver as estrada passando por uma cidade próxima, San Tomé, ai o negócio foi achar o caminho para San Tomé. Rodamos um bom tempo pela cidade perdidos, até que chegamos em uma avenida que indicava placas para Córdoba por San Tomé, ai deu um alívio, agora sim vamos pegar o rumo, só não contávamos com o trânsito, devido ao impedimento da rodovia naquele trecho, todo o trânsito estava sendo desviado para San Tomé, o que fez com que perdessemos umas duas horas entre achar o caminho e conseguir sair da muvuca, para começar realmente a rodar na estrada. Era por volta das 11:00 hs quando finalmente estávamos rodando pela RN 19 livres, o que acabou nos deixando frustrados porque a idéia de chegar cedo em Córdoba já não mais se concretizaria, tinhamos 348 km pela frente, só chegariamos no final da tarde novamente, então tocamos em frente, numa estrada dupla de piso de concreto, um tapete, em meio a pastos e plantações de milho, com retas e mais retas, íamos a nosso destino do dia.














Depois de andar aprox. 1:30 h, chegamos na divisa dos estados de Santa Fé com Córdoba, logo chegamos na cidade de San Luis, onde tivemos o prazer de fazer nossa primeira refeição verdadeira em solo Argentino, paramos no " Comedor El Rancho" , onde fomos atendidos pelo proprietário que diz o que se tem para comer no dia, não existia um cardápio, ai, a gente sem entende muito o que ele dizia, mandamos de " costilla (bisteca)com papas fritas " e Pepsi de litro, pagamos algo em torno de 70 pesos. Aquele almoço nos encheu de animo pelo que estava por vir, tamanho era o prato que nos fora servido, o clima acolhedor do local, todo climatizado, num estilo bem caseiro mesmo, e o atendimento diferenciado da casa, nos dava uma mostra do quão acolhedor e educado é o povo argentino, disso, efetivamente não podemos reclamar.

























Seguimos adiante, passando por várias pequenas cidades sempre com muito pouca ou quase nenhuma pessoa pelas ruas, um pouco devido ao horário da siesta, muito sol e calor, fomos nesse dia e no dia anterior, traçando uma um revezamento com vários caminhoneiros brasileiros, sempre que passávamos por um buzinávamos e por várias vezes quando encontrávamos uma sombra a beira da estrada para descansar e eles passavam,faziam o mesmo, e isto dava um tom mais tranquilizador nesta nossa etapa, ainda se pudia ver brasileiros por perto, o que não aconteceria mais desse dia em diante. Passando por uma pequena cidade que não me recordo o nome, vimos uma cena interessante, logo na entrada da cidade havia uma piscina pública aberta, e vários caminhões parados, inclusive de brasileiros, que aproveitam para dar um mergulho ali e amenizar o calor. Nós, apesar da vontade, não pudemos nos dar a este luxo, tinhamos ainda muito chão pela frente. 
Faltando pouco menos de 100 km para chegar a Córdoba, resolvi parar numa barraca a beira da estrada que são muito comuns naquele local, vendem principalmente melões e outras coisas da terra, paramos para comprar água, eis que vem uma senhora toda atenciosa, lhe peço por água, ela diz que sim, se vira e volta para dentro de casa, logo volta com uma garrafa pet de 2 litros e uma caneca de aluminio, ela não tinha para vender, mas sim estava nos ofertando da própria água que consumiam. Sem poder negar e ela oferta primeiramente ao Duda e vejo que aquela caneca tinha uma cara não muito das bem limpas, ela enche o copo e o Duda manda vê, quando me passa a caneca vejo uma cena, a caneca tinha uma " crosta" amarelada no fundo, com cara de que ali nunca chegou uma bucha pra lavar, mas fazer o que,vale o velho ditado " o que não mata engorda", olhei algumas crianças brincando em volta da casa, felizes e aparentemente saudáveis, respirei fundo e virei de uma vez. Agradecemos a bondade e a senhora começou a dizer que tinha muitos amigos brasileiros, que eles sempre paravam na barraca dela para comprar melões, senti que ela queria que comprasse algo, lhe disse que de moto não dava para levar melões, que estava com as malas cheias, ela insistiu, disse que tinha salame, aí me interessei, pedi a ela então que me trouxesse um a um preço de 21 pesos, ela toda contente, voltou-se para dentro da casa e trouxe uma sacolinha dessas de mercado com dois salames dentro, pedindo para escolher. Quando vi o salame, tomei um susto, estava todo embolorado, branco de fungos, achei estranho, perguntei se estava bão, se tinha que limpar, e ela sem entender já tirou um e me deu. Sem poder dizer não, paguei o salame, agradecemos e voltamos para a estrada, achando que tinha comprado salame estragado, o que mais tarde fomos ver que estávamos enganados, é uma especiaria da região, pois achamos mais tarde em Córdoba para vender numa loja e estava do mesmo jeito, mas que dá uma mau impressão dá. O salame era macio, bem engordurado, mas com um sabor próprio dele, muito gostoso, bem temperado, não é como aqueles salames de mercado que são duros, e secos, realmente valeu muito a pena ter comprado.

Pouco mais de uma hora de estrada e já estávamos chegando a Córdoba pela RN 19, passamos em frente a uma fábrica da Coca-Cola, e cometemos o erro de seguir fielmente o GPS. Havíamos programado o endereço de um hotel, porém não confirmamos se aquele endereço apontado era próx. ao centro, resultado, fomos levados para a periferia de Córdoba, +- uns 16 km distante do centro, e como não conhecíamos o local fomos seguindo, meio desconfiando mas, com um trânsito pesado e caotico de fim de tarde, fomos meio que levados até chegar em um ponto que ficou muito calmo, diferente de um centro de cidade grande. Resolvemos colocar outro endereço de hotel, e dessa vez checamos, ficava no meio do mapa da cidade e a aprox. 16 km, ou seja, nesse dia, rodamos uns 30 km a toa, perdidos, o que fez com que atrasássemos a chegada.

Córdoba, é como toda capital, muito carro na rua, gente pra todo lado, aquela bagunça que todos conhecem, porém, tudo muito bem sinalizado, muita policia na rua, Córdoba foi a cidade que mais vi policia na vida, tinha policia trombando com policia nas esquinas, te dá uma sensação de segurança muito grande. Rodamos bastante para achar hotel, já se passava das 08:00 hs, quando depois de bater em muitas portas, encontramos em fim e por coincidência no mesmo hotel estavam chegando três casais de gauchos em três Harley Electra, nos viram alí mais nem deram muita bola, afinal eles estavam de Harley, e nós de simples 300 tinha, só um deles que após ver a placa do brasil cumprimentou " e ai tche??", respondi " Bão!!!", ficou nisso, tomaram seu rumo hotel adentro. Apesar de ter chegado tarde, em Córdoba pudemos andar um pouco mais a noite, existem muitas igrejas e monumentos dos jesuitas, da época da colonização espanhola, vida noturna agitada, jantamos um prato de lazanha ao sugo e cerveza Córdoba, não podia deixar de ser...
 
 




Catedral de Córdoba









Na volta da janta, paramos em uma loja quase ao lado do hotel, que vende de tudo, água, doces, jornal, lanches, suco, refri, e uma variedade enorme de balas e chicletes, lojas muito comuns por lá, compramos alfajor para adoçar a noite, e estávamos ali degustando quando veio uma policial feminina e abordou um cidadão que passava por ali, pediu documento, perguntou da onde vinha, o que tava fazendo ali, anotou os dados na prancheta que carregava e liberou o rapaz, que tinha jeito de operário, e nós ali, meio de " bobeira" fiquei pensando, daqui a pouco vem aqui em nós tb, mas não veio, porém, ficou ali parada na esquina, de frente com a loja de guloseimas, meio que intimidando a gente, e funcionou, entramos pro hotel e cama, afinal, no dia seguinte tinhamos um longo caminho até Mendoza, última cidade antes das cordilheiras.

domingo, 15 de abril de 2012

4º dia Uruguaiana - Santa Fé (Argentina) > 449 km

Tivemos a pior noite de sono da viagem. Acordei por volta das 02:00 hs da manhã com o braço "ardendo" e a orelha esquerda estava até inchada, de tantas picadas de pernilongo que havia tomado. Quando saímos pra jantar, ficou aberta uma janela do quarto e acho que todos os pernilongos de Uruguaiana entraram no nosso quarto. Era tanto pernilongo que eles trombavam entre si no ar. Começamos a matar uns que passavam pela frente, a não acabava mais, no chão, no teto, nas paredes, nos móveis, meu Deus, só de lembrar da coceira. Ficamos eu e o Duda mais de uma hora matando pernilongo no quarto, e não conseguíamos dormir, era só deitar na cama e lá estava aquele zumbido da cara de novo. Não sei como ninguém reclamou, porque foram tantos tapas nas paredes e pulos da cama que estava vendo que iria dar problema. Por final, acabei pegando umas folhas de sulfite na mochila e fiz uns canudinhos, coloquei fogo e ficamos ali espalhando fumaça pelo quarto pra vê se espantava os dito cujos, e só assim conseguimos dormir novamente. Por causa disso ficou difícil acordar as cedo, acabamos levantando por volta das 07:00 hs, tomar café da manhã e tinha-mos marcado de levar as motos para troca de óleo na concessionária ao lado do hotel. Feito isso ainda o Duda precisava descarregar as fotos da sua máquina para um pen drive, e ficamos lá brigando com o computador do hotel, um lentium..., saimos do hotel por volta das 10:30 hs, demos uma volta pelo centro da cidade e nos dirigimos até a ponte internacional. Do lado brasileiro não é necessário fazer nenhum tramite, passa-se direto pelo posto da receita federal, e já tem acesso ao inicio da ponte. 
























Atravessamos bem devagar, tranquilamente, curtindo a vista do rio Uruguay, nessa momento uma sensação de vazio me tomou conta, é estranho, é como se você estivesse perdendo algo, e realmente, se parar para pensar, tudo o que temos e o que somos estava ficando para trás, nossos heróis, nossa tradição, hábitos, costumes, tudo aquilo que apreendemos a ser nosso desde pequenos, estava ficando da outra margem do rio, daqui para frente, seriamos apenas " visita" em uma casa nova, em terras distantes, sem muito amparo.
Logo que se chega a barreira, um militar argentino se aproximou, me perguntou se iria entrar com a moto e se estava em meu nome, me pediu para ver a CNH e o seguro carta verde, lhe apresentei e me indicou mais a frente um estacionamento, onde deveríamos deixar as motos e nos dirigir do outro lado da rua nos guiches para fazer a "imigración". Estava cheio de gente, na maioria argentinos que regressavam das férias no Brasil e ficamos ali meio perdidos sem saber ao certo qual guiche entrar, quando ouvi uma voz atrás de mim dizendo " ei patron ", era um funcionário argentino que percebendo nossa dúvida veio até nós, e dito a ele que iriamos entrar, ele nos levou direto ao guiche correto. No guiche, todo informatizado não se preenche papel nenhum, somente passa para o agente de imigração o seu documento, no meu caso levei passaporte e o documento da moto, o agente Diego me perguntou aonde iria, lhe disse que iriamos até Mendoza, e ele meio que com ar de deboche, disse " faça o que quiser" , ai ele faz a entrada pelo sistema deles, colocando um carimbo de turista no passaporte, tudo muito rápido, sem complicação.
Do outro lado da rua já tem uma casa de cambio, onde trocamos por volta de R$ 400 em pesos cotação de 1 pesos = R$ 0,38, que foi suficiente para 4 dias na Argentina, isto porque usávamos cartão travel money sempre que podia, com exceção de alguns postos de combustível que só aceitava " en efectivo", (em dinheiro).  

Feitos os tramites, já se passava do meio-dia, saímos dali o mais rápido possível, aquela região é uma área meia tensa, parece que todo mundo vai querer arrumar problema com você, paramos na primeira cidade Argentina, Paso de los Libres para comprar água e alguma coisa para comer na estrada, visto já estar tarde e ter um bom trecho para rodar ainda. Libres é uma cidade muito feia e que dá uma impressão muito ruim para quem está chegando num país diferente, é bagunçada, ruas de terra, parece que parou no tempo, apesar de que o povo é muito gentil e educado, como em toda parte da Argentina que passamos.

























Saímos de Libres, pegando a RN 14, a mal falada rodovia Argentina, conhecida pelos casos de policiais corruptos que arrumam um jeitinho de dar uma " mordida " no bolso dos turistas, o que comprovadamente ao contrário ocorreu. Ainda na RN 14 fizemos nosso primeiro abastecimento em solo argentino, paramos num posto Esso em El Naranjal, completamos o tanque e fizemos um lanche rápido, " Baguetin de salame e queso". Enquanto lanchávamos dava para ver as motos e a curiosidade das pessoas também, porque lá não comercializa a XRE, é novidade, todos rodeavam, olhavam curiosos, e quando saímos da conveniência,  um hermano se aproximou e pediu " se puede sacar una foto? " apontando a moto do Duda que de pronto atendeu. Durante toda a viagem essa cena seria comum, em diversos locais pessoas fizeram fotos das motos e vinham conversar, perguntar da moto, potência, e tal, e nós nos virávamos em portunhol para fazer uma boa propaganda das mesmas. Depois de um trecho curto de uns 30 km,  pega a RN 127 que leva até próx. a cidade de Paraná. Esta RN 127 é uma estrada muito bonita, tem retas intermináveis, como boa parte das estradas que passamos, e não tem pedágio algum. É difícil também encontrar uma sombra a beira da estrada para descansar, ela corta uma região quente e meio deserta, com muitas poucas cidades ou vilas, tem uma vegetação rasteira com arbustos espinhentos, realmente uma aventura atravessar aquela região.


Uma das poucas sombras pelo caminho. Nesse local existia um vilarejo, com algumas casas a beira da estrada e numa delas tinha uma venda de  
" helados " (sorvete), com aquele calor que estava aproveitamos e compramos alguns picolés de e ficamos ali junto dos moradores da casa, um senhor de pouca fala e seus netos provavelmente. Nessa mesma sequencia de árvores, um pouco mais a frente tinha um caminhão com placa de MG parado e o caminhoneiro estava aproveitando para tirar uma soneca também.
De volta a estrada, numa sequencia de retas sem fim, debaixo de um calor escaldante seguimos ruma a cidade de Paraná, foi nessa estrada que pegamos o único trecho de estrada ruim na nossa passagem pela Argentina, uns 30 km bem sinalizado por sinal a respeito do problema, onde a pista que não é de asfalto e sim de " placas de concreto", provavelmente por infiltração de água as placas se desnivelaram criando " degraus" na pista o que tornava impossível transitar acima de 30 km/h, em alguns trechos saiamos pelo acostamento, de terra, o que não ajudava muito também, sendo que passado esse trecho ruim, logo estávamos de volta naquele estradão reto.



Já passado a cidade de Federal, faltando uns 100 km para chegar a Paraná, fomos abordados pela primeira vez pela Polícia Caminera Argentina, num posto perto a cidade de Bovril, onde, logo de cara já desci da moto cumprimentando nosso hermano, ..." holá que tal !! policía argentino, mucho gusto...", como também trabalho nas forças de segurança do lado de cá, ficamos ali " trocando umas idéia", me perguntou como era trabalhar aqui no Brasil, o que fazia, meio com cara de não acreditar muito sei lá por que, bom no final, nos pediu somente o documento da moto e a CNH, deu uma verificada e nos liberou, e ai eu, já me sentindo meio que em casa com os policia de lá mandei um "...se puede sacar una foto, para nossos amigos de brasil??...", o que para minha surpresa foi aceito sem problema algum, fazendo até pose para foto. Diante de tanto ouvir falar mal dos policiais hermanos, pude ver que conversando a gente sempre se entende, foram muito legais com a gente,  sempre prestaram informações, foram bem receptivos,
nas duas oportunidades que fomos parados não ficaram criando caso, nem procurando nada de errado, alias, não tinha mesmo o que procurar, estávamos com documentação até de mais. 
Já a partir deste ponto a vegetação começa a ficar mais verde, já estamos nos aproximando do rio que divide os estados de Santa fé e Enmtre Rios, logo depois da cidade de El Pingo, entramos na RN 12 que levará até Paraná, já numa área mais habitada, paramos num posto YPF para tomar uma gelada, água mesmo, o calor deste dia estava demais, a roupa toda encharcada de suor, e sem saber o que encontraríamos pela frente não podíamos arriscar ainda a saborear nossa primeira Quilmes.






























Depois dessa parada, a tocada foi até seu destino final, Santa Fé, mas antes chega-se na cidade de Paraná que conhecemos somente " pelas beiradas", porque a pista passa no entrono da cidade, levando até um pedágio onde moto paga 2 pesos. Esse pedágio da acesso ao túnel Hernandarias que passa por debaixo  do leito do rio Paraná, num percurso aprox. 2,6 km, bem sinalizado e de trânsito tranquilo. Poucos km afrente chegamos enfim a Santa Fé, uma cidade muito bonita, desenvolvida, com vida noturna agitada, causou uma ótima impressão para um primeiro contato com uma cidade grande argentina, trânsito todo bem sinalizado, policia nas ruas, comercio movimentado, fomos direto para o hotel programado no GPS, bem no centro da cidade, já exaustos, já era tarde,  por volta das 08:30 local, fomos pro quarto, banho tomado, brigando com o tablet para mandar noticias de vida para o povo em casa, e nada do bicho funcionar, descemos ai na recepção tinha um computador para usar, consegui mandar um e-mail avisando da chegada e saímos jantar, afinal, após um dia desses de calor estávamos precisando muito de algo gelado pra tomar, foi ai que andando pelo centro, achamos um  bar,  LaCiti Sport, com um letreiro enorme da Quilmes, não pensamos duas vezes, paramos lá.

Não era Skol, mas desceu redondo.......



Depois de 3 litros da melhor Quilmes que tomei na viagem, e " una picada de salame e queso", voltamos para o hotel que era a algumas quadras dali, era por volta das 23:30 hs e ainda as ruas estavam cheias de pessoas, a maioria do comércio fecha as 22:00 hs e depois disso ainda o movimento de pessoas é grande na cidade.
No dia seguinte, pelos planos iríamos para a cidade de Villa Mercedes em um trajeto de 625 km, más pelo cansaço resolvemos alterar o itinerário e irmos até Córdoba que estava a apenas 348 km, o que nos daria praticamente uma tarde toda livre de descanso e aproveitaríamos mais para conhecer a cidade.