“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”

Amyr Klink

sábado, 2 de março de 2013

12º dia Buenos Aires - Punta Del Leste (Uruguay) > 311 km

Acordamos cedo, quebrados pelo cansaço da longa etapa do dia anterior, somados a noite de sono curta em San Luis, a canseira nos pegou, logo depois de voltarmos da janta, já por volta da meia noite, após uma briga com o tablet cai na cama e desmaiei, com isso fiquei sem carregar a bateria da câmera e do comunicador bluetooth o que fez muita falta, principalmente por não poder fotografar tantos lugares bacanas que passamos neste dia. Acordamos cedo e saimos para fazer um tour pelas proximidades do hotel e arrumar mais um "cash", pois precisariamos trocar por uns pesos uruguaios, coisa que resolvemos rapidinho em um banco da rede BVA, onde saquei do cartão de crédito 700 pesos, que se converteram em uns 3.200 pesos uruguaios. é dificil se acostumar com essas mudanças cambiais, na hora de pagar a conta vc fica meio perdido, nem sabe ao certo quanto ta pagando Passamos em frente ao congresso e registramos umas fotos, lá ao contrário daqui, o congresso fica no coração da capital federal, maior cidade do país, é o centro comercial, financeiro e político do país http://pt.wikipedia.org/wiki/Buenos_Aires , sendo assim o povo tem ascesso fácil á política e isso a gente via pelas ruas, muitas faixas, cartazes, pichações e movimentos sociais tudo acontecendo alí, em meio ao caos organizado de uma metrópole.
  
Voltamos para o hotel, arrumamos as malas e indo para as motos ainda paramos para conversar com um motociclista mexicano que estava voltando de Ushuaia e retornava ao méxico numa BMW F 800, muntamos nas motos e fomos ainda fazer umas fotos da casa rosada, sede do governo, afinal de contas ficava no nosso caminho ao Buquebus, a balsa que íriamos pegar para atravessar o rio da Prata.
Pose de galã, cara de bravo, mais era só canseira mesmo...

Chegamos ao terminal do Buquebus por volta das 10:00 hs, tudo muito organizado, deixamos as motos no patio próximo da balsa, já na fila para embarque, entramos no prédio para compra da passagem e aduana, pagamos por volta de 600 pesos Ar cada um pelo buque rápido, travessia de 40 minutos até Colonia del Sacramento já no Uruguay. Após comprar a passagem e fazer check-in, fomos passar pela aduana para dar baixas no visto Argentino e pegar o visto Uruguayo, quando ao passar pelo detector de metais, coloco minha jaqueta na esteira e " PAWN ", esqueci de tirar  canivete multiuso que estava no bolso da mesma, fui impedido de continuar, o policial que alí estava me disse que eu deveria despachar aquilo junto da bagagem. Sai rapidinho dalí e pensando, que bagagem, nem isso e tenho..., voltei lá n pátio de embarque onde estava a moto e coloquei o canivete no baú da mesma, pronto, tava despachado, eheheh!!!, voltei lá passei novamente pelo detector de metais e tudo certo, ai passamos numa cabine onde trabalham dois funcionários aduaneiros, um Argentino e um Uruguayo, entreguei o passasporte para a argentina que viu meu visto de turista e num certo ar de deboche, resmungou com ar de desaprovação dentro da cabine" uhm turista", naquela hora fiquei com vontade de falar umas boas para ela, mais deixei quieto, afinal gente ignorante e argentino tem em todo lugar mesmo...., ela deu baixa no meu passaporte e já entregou para o funcionário uruguaio que sem fazer pergunta nenhuma já carimbou o mesmo e me entregou de volta, foi ai que indaguei ele a respeito da moto, se teria que pegar um " permisso" e ele meio com cara de não entender disse que não, que tava tudo certo, já passei a gostar do povo uruguaio dali, bem mais parecido com o brasileiro.
 Descemos novamente para o patio onde estavam as motos, e lá encontramos um gaucho numa Hiundai Santa Fé, esperando para embarcar também, ficamos alí conversando um pouco, disse nos que já havia estado na Argentina e Uruguay anteriormente e que estava regressando de férias. Logo começa uma movimentação, eram fiscais da receita ou policia uruguaya, não me lembro, que aleatoriamente e por amostragem, inspecionavam os veículos-documentos, sendo que na minha moto passaram batido. Embarcamos as motos na balsa e naquele momento já sentia um ar de tristeza, como se a viajem estivesse chegando ao fim, sei lá uma coisa estranha, afinal de contas estávamos mesmo voltando para a terrinha, a Argentina já era passado agora.
Motos amarradas na " Bodega " do Buquebus



Hasta luego, hermanos...!!! Suerte!!

Chegamos no Uruguay, já era quase 13:00 hs, no desembarque também pudemos ver como o brasileiro tem crédito no país vizinho, ao se formar a fila para passar pelo controle sanitário e alfandegário, eis que o fiscal lá na frente nos chama para passar e ao notar que se tratava de veículos brasileiros, logo perguntou..." Brasil?? diante da afirmativa já logo nos disse que podíamos passar, desejando boa viajem, nem documento nem nada, dalí pra frente já me senti como se em casa estivesse, assim como fora no passado quando as terras uruguaias faziam parte do território brasileiro por volta de 1816. Chegamos a Colônia del Sacramento e fomos dar uma volta pelo bairro histórico a procura de restaurante, onde descendo a rua principal, bem lá em baixo, defronte ao mirante a beira do rio da prata paramos as motos e almoçamos. 
Em colonia encontramos alguns veículos brasileiros, tanto moto quanto carros e um povo muito acolhedor, compramos algumas lembrancinhas, o Duda aproveitou para trocar uns pesos argentinos por uruguayos e seguimos ruma a Montevideo pela ruta 1 cheia de palmeiras pelo acostamento, onde chegamos por volta das 17:oo hs. O fuso horário adiantou uma hora depois que atravessamos o rio da prata, o que tornou o dia mais curto. Em Montevideo  ao chegar atravessamos uma área portuária, com muitos navios atracados, logo chegamos a praza Independencia no centro da cidade, onde paramos para fotos. Lembrou muito São Paulo pela arquitetura colonial e aquele caos organizado que toda grande metrópole tem.





De Montevideo até Punta del Leste eram aproximadamente mais 2 horas, porém pegamos um trânsito bem pesado na saida o que nos atrasou umas 2 horas, quando começou a anoitecer caiu um friozinho gostoso que me fez colocar o forro da jaqueta, tocando ai direto até punta por uma estrada tranquila e bonita, chegamos a Punta Balena, uma praia antes do grande fervor de Punta del Leste era por volta das 20:30 começava a chover e como encontramos um hotel bacana " Puesta del sol" a beira da estrada resolvemos ficar por alí mesmo e evitar o trastorno de chegar com chuva e mais a noite na muvuca que é Punta del Leste. Hotel mais caro da viajem US$ 160,00 com café da manhã, mais o hotel era top, valeu muito a pena.  Arrumamos as coisas e fomos até um mercadinho nas proximidades compramos salame e pães juntamente de umas Coronas e um adaptador para poder ligar o carregador da máquina fotografica na tomada de energia, sem mais energia o jeito foi deitar e dormir porque no dia seguinte voltariamos para o Brasil, e nesse ponto da viajem eu já estava querendo muito isso.





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